A fumaça continua
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Fumaça das queimadas continua encobrindo o Brasil (e as redes). Nossos vizinhos de continente adoraram saber que o apelido de Elon Musk por aqui é Kiko dos Foguetes. E hoje é sexta-feira, dia de nota do convidado! Quem escreve hoje é Thiago Guimarães, que fala sobre cultura pop, política e estética no YouTube.
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Parece que o pessoal que dizia que “o Brasil jamais será vermelho” esqueceu de combinar com o agronegócio.
Páginas de fofoca e entretenimento estão destacando só agora um texto de terça-feira do instituto ClimaInfo informando que 60% do território brasileiro chegou a ficar coberto por fumaça das queimadas.
O vídeo de um incêndio gravado no Grande Xingu (Mato Grosso) viralizou: “É isso que os brigadistas estão enfrentando diariamente.”
E um meme: “Eu nunca quis tanto uma chuvinha.”
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‘Pé de Chinesa’
Artistas amarelos publicaram um texto criticando o meme da falsa novela “Pé de Chinesa”: “Não é engraçado quando o racismo recreativo toma uma proporção dessa.”
Leia mais
Charlie Brown Jr. - Confisco.mp3
O Congresso aprovou um projeto — ainda não sancionado — que pode autorizar o governo a recolher dinheiro esquecido em contas bancárias. A notícia fez o Sistema Valores a Receber, do Banco Central, bombar nas redes e no Google.
Eu confisco!
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Kiko dos Foguetes une a América Latina
Nossos vizinhos da América Latina descobriram que o apelido de Elon Musk no Brasil é Kiko dos Foguetes — e adoraram. “Agora não consigo mais chamá-lo de outra forma.” Em espanhol, ficou “Quico del Cohete”. Viva a unidade latino-americana! Alguns dias atrás, o jornalista britânico Tom Phillips, correspondente do jornal The Guardian baseado no Rio de Janeiro, havia cunhado a versão em inglês "Ricky Rocket" — embora alguns brasileiros ainda prefiram “Space Karen”.
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Novelas, internet e Brasil
Temos um uma nova novela de João Emanuel Carneiro no ar e o Brasil está mais ou menos feliz de novo. Apesar de tudo. Tudo mesmo. Enfim, Mania de Você não é nenhuma Avenida Brasil (ainda), os índices de audiência poderiam estar melhores e a suspeita de um boicote pela própria Globo não parece uma teoria da conspiração, mas sigo otimista. Apesar de tudo. E eu teria muito a dizer sobre o futuro da TV brasileira nas mãos do nosso querido JEC, mas a presença de Adriana Esteves na minha TV em horário nobre interrompeu meus pensamentos com a lembrança de que, nas últimas semanas, tudo que assisti em meus dispositivos com tela tinha a ilustre e magnética presença de Adriana Esteves. Vamos por partes.
Tem mais ou menos 2 meses que estou dedicado a reassistir Avenida Brasil, grande sucesso de João Emanuel Carneiro que praticamente definiu (para o bem ou para o mal) a telenovela brasileira no século 21. A trama da empregada doméstica que se vale das “vantagens” de viver na casa da patroa pra destruir a vida dela é ainda mais perturbadora de assistir em 2024 quando você lembra que tudo isso era exibido enquanto o país discutia a implementação da PEC das domésticas. Além disso, Avenida Brasil é o último retrato midiático de um país otimista, onde uma fórmula secreta de chapinha era garantia de prosperidade. Que estranho e fascinante país para se viver.
Adriana Esteves também segue gritando na segunda temporada de Os Outros, que perde um pouco o pique em relação à primeira, mas é um deleite pra quem gosta de assistir patifaria na televisão. Eu gosto. A trama agora se passa num condomínio de casas que parecem clínicas de estética ou, como gosto de chamar: o verdadeiro Brasil Profundo. Não vou especificar o grau de profundidade. Entre células religiosas, casinos e milícias e, surpreendentemente, o metaverso, sigo tentando entender qual o sentido de tudo isso (na vida real e na ficção), mas, APESAR DE TUDO, sigo alegremente entretido pelas enebriantes presenças de Adriana Esteves e Leticia Colin (as nossas Nicole Kidman e Reese Witherspoon). Televisão é bom demais.
Em tempo, alguns conteúdos curiosos e enriquecedores pra quem gosta de audiovisual, de internet e de Brasil (apesar de tudo):
Taylor Lorenz - O fim do Twitter no Brasil é o 11 de setembro das contas de fãs;
Parecer Cult - O cinema tem salvação?
Lyara Vidal - Viver e morrer na internet.
Por Thiago Guimarães, que fala sobre cultura pop, política e estética no YouTube.
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Se homens não existissem, quem te protegeria?
Doguinho envergonhado.
Como o nosso rosto muda com o passar do tempo.
Kamala Harris ano que vem.
Curadoria: Rafael Capanema
Edição: Alexandre Orrico
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